(Apolo11) Quem olha para o céu a partir do começo da noite já reparou que um forte ponto luminoso se destaca bastante das demais estrelas. Seu brilho é tão intenso que pode até mesmo causar um certo temor aos mais desavisados, mas na realidade não passa de mais um espetáculo celeste, provocado pelo movimento dos planetas ao redor do Sol.
Desta vez o espetáculo visual é proporcionado pela grandiosidade do planeta Júpiter, que se encontra em um arranjo astronômico chamado oposição, um momento marcado pelo alinhamento entre o Sol, a Terra e qualquer objeto celeste, com nosso planeta no centro da linha imaginária.
Além do alinhamento, a oposição também marca o momento da maior proximidade entre o planeta e a Terra, tornando-o mais brilhante e com a observação favorecida durante todo o período de escuridão, uma vez que o astro nasce praticamente no mesmo horário do pôr-do-Sol.
Na sequência, diagrama mostra a posição da Terra, Sol e Júpiter em 15 de agosto. Créditos: David Leong/Apolo11.com.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar e atualmente se encontra a 600 milhões de quilômetros da Terra. Durante toda a madrugada reina absoluto no firmamento, com seu brilho atingindo -2.4 magnitudes. Só perde o posto para Vênus, que nasce aproximadamente às 05h00 com o fulgurante brilho de -3.83 magnitudes, um verdadeiro farol durante as manhãs de inverno. Quando Vênus nasce, Júpiter está quase se pondo, mas ainda brilha forte no quadrante oeste.
Vendo Júpiter
Observar Júpiter ao telescópio durante a oposição é um verdadeiro deleite. Sua rápida rotação de menos de 10 horas permite que em apenas uma sessão noturna seu disco desfile completamente diante nossos olhos, tornado possível a observação de diversas regiões do planeta, especialmente a Grande Mancha Vermelha (GMV), uma tempestade maior que a Terra e observada há mais de 300 anos.
Além da GMV, os quatro principais satélites também são facilmente observados. Com um telescópio de médio porte é possível ver a lua Io transitar pelo disco joviano e projetar sua sombra contra a atmosfera gasosa do planeta.
Para ver Júpiter e admirar seu fulgor não é necessário qualquer instrumento. O planeta nasce aproximadamente às 18h00 no quadrante leste (do mesmo lado em que o Sol nasce) e à medida que o tempo passa se eleva em direção ao zênite. Aproximadamente à meia-noite o gigante gasoso atinge seu ponto mais alto, a 78 graus de elevação e pode ser visto olhando diretamente para cima no firmamento. A partir da daí começa a baixar lentamente na direção oeste até 06h00, quando os primeiros raios de Sol começam a surgir do lado oposto do horizonte.
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